quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ANÁLISE DO FILME 12 HOMENS E UMA SENTENÇA



Doze jurados têm que decidir se um menino é culpado ou não de matar o pai. O veredito dever ser unânime e a sentença de culpado leva à cadeira elétrica. O juiz orienta os jurados da necessidade de discutirem para alcançarem o veredito. Alerta que a menor dúvida deveria demovê-los da condenação.
No entanto, apesar da grande responsabilidade dos jurados, a maioria deles prefere dizer que o garoto é culpado para voltarem para casa. O descaso com a vida alheia é, no mínimo, assombroso.
O jurado número oito contraria todos e diz que tem dúvidas se o garoto é culpado. Ele dá um show de argumentação e faz refletir todos refletirem. Esse jurado afirma que “ninguém disse que eles não podem ser culpados, mas e se não forem?”. Ele não se considerava apto para tomar uma decisão que envolvia a vida de um homem sem uma melhor apreciação dos fatos Os demais jurados resistem aos argumentos com base nas circunstâncias e em seus desejos de justiça.
O filme exibe a fragilidade estrutural e a complexidade de um grupo de jurados formado por homens comuns, bem como os componentes críticos abrangidos no processo decisório, demonstrando como as pessoas decidem de acordo com sua vivência, condicionamentos e história de vida. São bem nítidas as diferenças individuais que levam as pessoas a analisar um mesmo fato por ângulos e verdades diferentes. Por fim, apresenta-se a capacidade e as características do processo de negociação. 
Pontos interessantes:
- O fato de o advogado não estar motivado com o caso.
- A análise sobre a probabilidade de as testemunhas estarem enganadas.
- A jurisdição americana indica que apenas deve-se votar pela culpa do réu caso não haja nenhuma dúvida de sua acusação.
- A presente discriminação social e racial sofrida pelo réu que, por ter descendência latina e ser de origem humilde, é tido pela maioria dos jurados como insignificante.
- A frieza e a indiferença humana presentes entre os jurados que, mesmo debatendo intensamente entre si e expondo suas posições durante horas, seguem seus rumos sem sequer se despedirem, típicos representantes de uma sociedade marcada pelo individualismo.
- O raciocínio lógico é ideal nesse tipo de argumentação. Quanto mas lógico mais fácil será a conquista da adesão. Tudo que pode ser provado pela lógica sofre menos contestação.
- Não importa a clareza dos fatos que deverão sustentar o veredicto, as convicções dos jurados parecem ter definido o resultado a priori. O inconsciente coletivo inspira a vingança. Vingança de um homem que matou seu próprio pai – um ato condenável.
- Sobre o veredito, necessita-se de muita cautela, pois a condenação injusta seria cruel para com o réu, ao lhe privar do direito de viver por um crime que ele não foi responsável; já a absolvição indevida seria injusta para com a sociedade, colocando-a em risco ao absolver um elemento perigoso, liberando-o indevida e prematuramente para o convívio social.