terça-feira, 5 de agosto de 2014

O homem da mão mirrada (Pr. Yossef Akiva)

Texto: Lucas 6:6-11 (Mt 12.9-14; Mc 3:1-8)



Lucas faz questão de enfatizar que Jesus entrou na sinagoga no Sábado. O sábado para o judeu tem um significado muito importante, mais importante que o domingo para nós cristãos. É mais importante que a sexta- feira para os mulçumanos.
Lembre-se que Deus criou tudo em sete dias. A cada dia deu comando para criação e no sétimo dia onde Ele descansou. Agora o próximo dia é o primeiro de novo, então observe que quando chegamos ao sétimo dia isto indica um curso, um ciclo de tempo, como se você virasse uma nova página. A semana tem um significado muito grande. Nós quando chegamos ao sétimo dia voltamos para o primeiro novamente. Esse é o verdadeiro significado do sábado, ou shabat, pois todas as vezes que ele se manifesta indica o fim de um tempo e começo de outro, é o virar de uma página.
Jesus entrou em uma sinagoga no shabat, ou no dia em que os judeus mudam o texto da Torá, a qual é dividida de sete em sete capítulos. É por este motivo que no sábado eles se reuniam na sinagoga para dar fim aos textos lidos durante a semana, e assim eles viram a pagina para o próximo grupo de sete versículos. Sendo assim eles então liam a Torá inteira, porém no sábado eles têm como fim de uma página e começo de outra página, eles não compreendiam que Deus descansa no sábado para o começo de outra jornada. Todos vãos a sinagoga no sábado para assim estudar um novo texto, dando início no primeiro dia da semana.
Jesus foi para lá em um dia especial. Jesus está ali para ver o fim de um texto e dar o começo de um outro, ou fim de um tempo e começo de um novo tempo. Todas as vezes que Deus se manifesta em nosso mundo é para por fim em uma fase e início de um novo tempo. (Ex. Abraão, Jacó, Paulo).
Já quero profetizar na sua vida que o Senhor te trouxe aqui para por fim em um tempo e o começo de um novo tempo na sua vida.

O homem da mão mirrada (leprosa / ressecada)
Lucas faz questão de relatar que naquele culto havia um homem com uma enfermidade terrível. Sua mão direita está leprosa e secando a cada dia. Vejamos a dificuldade que aquele homem estava enfrentado, na sua vida, pois a mão direita dele estava inutilizada. Você já parou para pensar como estava difícil a vida daquele homem, pois a mão direta; supondo que ele seja destro, era a mão do apoio, a mão da realização, a mão da atitude. Creio que sua vida financeira estava um caos, sem trabalhar, sem sustento, ainda mais com a realidade de que não teria cura, seu caso não teria solução.
Esse homem é um exemplo de fé para nós, pois naquele tempo um homem após ter tido diagnosticada a lepra, ele automaticamente teria que ser excluído do convívio da sociedade, pois era considerado imundo perante o povo. Mas ele não aceita aquela derrota e se mantém quieto, não conta nada pra ninguém, anda com uma faixa na mão dizendo que cortou com a faca. Sei que ele sabia que se declarasse seu problema muitos não iriam entender, e iriam discriminá-lo, acusá-lo.
Talvez você esteja assim, não fala para ninguém o seu problema, está aí quietinho no seu canto, mas está com a esperança de que vai chegar o fim daquela luta e o começo de um novo tempo na sua vida. Lembre-se do que te disse sobre os sete dias da semana.
Lucas declara que Jesus foi à sinagoga no dia de sábado, dia de mudar de página, dia da virada e então aquele homem esta ali quieto só ouvindo Jesus pregar. A Bíblia não diz qual era o texto que Ele estava lendo, mas certamente era um que avivava a sua esperança.
A mão é usada para toda obra do homem. De fato, a mão é o órgão mais usado de todo corpo humano. A mão é um instrumento de tal agilidade e graça que se encontra entre as mais maravilhosas criações de Deus.
A mão representa poder e autoridade (mão direita ou destra). “Porquanto disse: Com a força da minha mão o fiz, e com a minha sabedoria, porque sou prudente; e removi os limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e como valente abati aos habitantes” Isaías 10:13.
Segurar a mão representa dar apoio - Salmos 73:23 diz: “Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita”.
Postar-se à mão direita significa dar proteção - Salmos 16:8 diz: “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei”.
Apoiar-se à mão de outrem é sinal de familiaridade ou de superioridade. II Reis 5:18 diz: “Nisto perdoe o SENHOR a teu servo; quando meu senhor entrar na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encostar-se à minha mão, e eu também tenha de me encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa de Rimom, nisto perdoe o SENHOR a teu servo”.
Mãos, uma dádiva de Deus. Que maravilhoso é sabermos que temos as mãos que nos ajudam em tantas coisas que fazemos diariamente.
Ao entrarmos na presença de Deus ele quer ver nossas mãos. As mãos estão ligadas a ações, atitudes, gestos e trabalhos. O reino de Deus é dinâmico. É necessário lançarmos mão daquilo pelo qual fomos chamados. Precisamos estar na ativa para a qual Deus nos escolheu e separou.
Nossas mãos são de suma importância para Deus. O próprio Jesus Cristo após ressuscitar recebeu um corpo glorificado, porém, as mãos permaneceram com os cravos encravados sinal da redenção. Foi elevado ao céu e recebido pelo Pai com as mãos furadas (única obra feita por mãos de homens que entrou no céu) e quando Jesus voltar após o arrebatamento Ele irá mostrar para os judeus as suas mãos como prova do sacrifício na cruz por nós. O homem das mãos furadas há de voltar.
O rei Davi morava num palácio e ao lado havia a tenda do tabernáculo de Deus; Davi olhou e falou para o senhor que com seu próprio ouro haveria de construir um palácio para Deus. “Ele era homem segundo o coração de Deus”, porém, suas mãos derramaram muito sangue. Deus não permitiu que Davi construísse o templo, mas seu filho Salomão.
Jesus Cristo nos convida a vir para o meio e expor nosso problema a ele. Saia do comodismo e conformidade e venha para a presença Daquele que pode fazer milagre em sua vida. O Mestre está falando “estenda a mão” exponha para Ele o teu pecado, a área da tua vida que está atrofiada.
A mão mirrada pode ser uma vida sentimental deprimente, um relacionamento familiar; talvez, infeliz, uma vida profissional sem prosperidade, a saúde debilitada, o ministério estagnado, sonhos frustrados, uma vida espiritual infrutífera na presença do Senhor; enfim, muitas outras situações que podem ser comparadas a mão mirrada. O Senhor não trabalha sozinho precisamos vir para a presença Dele e estender nossas mãos. As mãos dos servos de Deus devem funcionar na plenitude de Deus, por completo e não em partes.
Nós servos do Senhor devemos ter as dez emanações de Deus em nós representadas por cada dedo das mãos: sabedoria, compreensão, força, reino, empatia, amor, misericórdia, fundamento, coroa e beleza. As emanações de  Deus são manifestadas na Terra por meio de nós, quando deixamos Ele nos usar.
A Igreja (Noiva) que vai para o arrebatamento é aquela que possui as dez emanações de Deus. Daí a parábola das dez virgens cinco eram sábias e cinco eram néscias, ou seja, metade estava preparada para encontrar com o noivo e a outra metade não estava. Para subirmos precisamos das duas mãos funcionando na plenitude de Deus. No Céu não entra mão mirrada ou ressequida. A noiva fiel precisa das dez emanações presentes e sendo manifestadas.
Aquele homem estava com a mão direita mirrada, ou seja, faltava-lhe  as outras cinco emanações de Deus para que a plenitude de Deus estivesse presente na vida dele. Quando Jesus faz o milagre na vida do servo ele usa-o como instrumento para manifestar as  emanações de deus na vida  do servo e de outras pessoas.
Quantos estão dentro da igreja com a mão mirrada? Nada plantam, nada contribuem para o reino de Deus? Quantos só manifestam parte das emanações de Deus?  Fazem a obra em parte e não na sua totalidade? Quantos estão atrofiados na área do amor, da misericórdia, da sabedoria, do reino, do perdão e etc.
Mas nossa esperança é que o mesmo Jesus Cristo presente naquela sinagoga continua operando em nosso meio e principalmente na vida daqueles que estão em busca de um milagre. O óleo da unção de Deus está sendo derramado basta que estendas as tuas mãos e receba de Deus a restauração, a unção para curar, libertar, unção para exercer o amor, a misericórdia, o perdão....
 “A mão do Senhor não está encolhida para que não possa abençoar nem os ouvidos fechados que não possa ouvir.”

 Vem para o meio – saia da margem: “levanta-te e vem para o meio” Lucas 7:8a
Sofonias 3:17: “O Senhor teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo”.
Salmos 91:7: “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido”.
Então Jesus diz para o homem: ei você aí, levanta-te e vem até aqui. Eu penso que ele talvez deva ter feito de não entendido. Quem? Eu? Jesus diz: é você mesmo. Vem para o meio, porque na sinagoga não se assenta assim como nós nos assentamos, mas todos se assentam em redor, de frente um para o outro, e o pregador fica no meio, no centro. A tribuna fica no centro da sinagoga. Eu te digo que para aquele homem sair e ficar de pé deve ter sido um desafio, pois logo pensa: será que ele vai revelar o meu problema para todo mundo? Ele sabe que eu tenho uma lepra, que eu sou leproso Então ele poderia muito bem ter ficado calado e pensado: eu não, ele vai me envergonhar. Mas esse homem toma uma atitude de fé, e fica em pé e pensa: eu não sei o que vai acontecer mais eu preciso de um milagre.

O que  acontece para que uma mão fique ressequida, enferma?
Mão direita ressequida: a principal mão, o membro do corpo feito para o trabalho e executar as tarefas do cotidiano.
As mãos produzem riquezas. Mãos ressequidas impossibilitam para o trabalho e a busca da provisão e riqueza.
Mãos ressequidas além de nos trazer imobilidade, produz vergonha social e familiar.
Mãos ressequidas para o trabalho na obra do Senhor, são aquelas que até são hábeis para o trabalho secular e a busca de riquezas terrenas, mas ressequidas para a obra de Deus. Naamã, é um exemplo disso: “Herói de guerra, porém, leproso”, conforme II Reis 6:1.
São aqueles que estão sempre colocando objeção para trabalho no Senhor. Nunca têm tempo. Não têm disposição.

Coração Ressequido
Há muitos corações ressequidos dentro das igrejas. Áridos, secos, sem vida, mortos. Duro como pedra, insensível ao tato e mobilidade. O que é um coração ressequido, no sentido espiritual da palavra? Como o coração fica ressequido? Como ser livre de um coração ressequido?
Há cura para um coração ressequido, morto e inválido. Jesus, cura o coração ressequido!!!
Ele diz: “estende a mão”, conforme versículo 10 (mostra a tua enfermidade). Qual a atitude do enfermo? “Levantou-se e foi para o meio e estendeu a mão”. A mão do enfermo foi restaurada.
Hoje, Jesus chama o que está enfermo, ressequido em sua vida. Estende a sua mão para Jesus, pois Ele está no templo para te curar e libertar e trazer vida onde está morto.

Baseado na pregação do Pr. Yossef Akiva- O Homem das Mãos Mirradas 
Publicado em 05/06/2012

Se você deseja ouvir, clique abaixo:

Os desafios das unidades de conservação ambiental

Esta é mais uma daquelas reflexões inevitáveis que ocorrem por ocasião dos aniversários. No caso, o aniversário é do meio ambiente, em um mês que deveria ser comemorativo, mas não é. Afinal, acabamos de sair de um conturbado processo legislativo que substituiu o Código Florestal, trazendo consigo uma série de flexibilizações, tolerâncias e consolidações que se traduzem em significativos e, em alguns casos, irreversíveis danos à biodiversidade. Um contraste com as belas fotografias de paisagens que caracterizam o Brasil.
As demandas da agricultura, da pecuária e mesmo da silvicultura sempre necessitaram de alguma forma de conversão da floresta para satisfazer nossas necessidades de consumo. O código deveria balancear essa situação em prol da sustentabilidade. Mas não foi para esse fim que o aprovaram. Sobressaíram-se, sim, os interesses em exportação de produtos agrícolas e valorização imobiliária de propriedades rurais. Ou seja, trocamos nossa biodiversidade por dinheiro.
Restam as unidades de conservação, cujo papel é, ou deveria ser, exatamente o de compensação das perdas de biodiversidade que ocorrem nas demais áreas. São exemplos mais conhecidos os parques nacionais, as florestas nacionais e as estações ecológicas. Mas cumprem elas seu papel?
Parece que não. Quem diz é o Tribunal de Contas da União, que concluiu recentemente auditoria na Amazônia, onde se encontram 73% das unidades de conservação do país, com área de 1,1 milhão de km². As conclusões são as seguintes: as unidades não estão atingindo plenamente os resultados esperados; as condições oferecidas pelos governos não são compatíveis com as necessidades desses espaços; e a articulação é insuficiente para o alcance dos objetivos previstos. Embora tenhamos atingido meta internacional de 17% do nosso território transformado em unidades de conservação (chegamos a 17,5%), fato é que elas estão longe de representar um instrumento de efetiva proteção à biodiversidade.
Há dois grupos de UCs: as de desenvolvimento sustentável e as de proteção integral, estas mais restritivas em relação ao uso dos seus recursos. Nas de uso sustentável, que são, de longe, o maior número (cerca de 70% do total), observa-se mais o comprometimento com uma espécie de reforma agrária para atender e proteger os despossuídos da lógica de apropriação e titulação de terras instalada no Brasil, especialmente na Amazônia, do que a preocupação em proteger o meio ambiente. Há casos em que os grupos que habitam as unidades associam-se a madeireiros na exploração da área que deveriam ajudar a preservar. Considerada a extensão territorial, destacam-se nesse grupo áreas de proteção ambiental, que não passam de uma fraca limitação administrativa à propriedade privada e que, em muitos casos, tudo permite, a exemplo da cidade de Brasília.
Restam as unidades de proteção integral, que, além de poucas, têm baixo índice de implementação, com pendências históricas na regularização fundiária — muitas das terras são privadas e já deveriam ter sido adquiridas pelo governo. A consequência é que acabam sendo alvo de todo tipo de prática pelos proprietários não indenizados. Além disso, são constantes as pressões da mineração, das hidrelétricas e da construção de estradas, que se somam a tentativas de redução territorial dessas UCs.
Ou seja, temos desafios enormes e uma pífia vontade política de enfrentá-los, traduzida em orçamentos incompatíveis com as demandas e em ausência de articulação madura e frutífera com os órgãos encarregados de questões fundiárias. Ainda há o deliberado enfraquecimento dos órgãos ambientais, considerados como estorvo para o desenvolvimento de atividades econômicas. Parece que tem razão quem afirma que a natureza é a deturpação da fotografia.

Mário José Gisi é é subprocurador-geral da República e coordenador da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal
Revista Consultor Jurídico, 04 de agosto de 2014, 08:00h
http://www.conjur.com.br/2014-ago-04/mario-gisi-desafios-unidades-conservacao-ambiental