quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Bebês ganham perfis em redes sociais antes do primeiro ano de vida

Pais postam fotos e informações em nome da criança, o que pode se tornar motivo de constrangimento no futuro, além de dar brecha para problemas de segurança no presente. 

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou um dado surpreendente – e bastante preocupante: 40% das mães entre 18 e 34 anos criam perfis em redes sociais para filhos com menos de 1 ano e outros 7% fazem o mesmo quando a criança completa 2 anos. O levantamento foi feito pela Gerber, com cerca de 1000 mães com filhos de até 2 anos.
Não se trata de postar fotos dos filhos na sua própria conta pessoal: mas de gerar um perfil em nome da criança. “Ao fazer isso, o pai tira o direito de escolha do filho e ainda deixa uma herança digital”, explica Sandra Paula Tomazi Weber, especialista em Direito Digital e Diretora Financeira do Instituto iStart, que tem como missão promover a Ética e a Segurança Digital para as famílias brasileiras.
O grande problema é que tudo o que é colocado online fica na rede para sempre: não é possível ter um controle de quem irá replicar as informações e de todos que terão acesso ao que você posta se não forem tomados alguns cuidados em relação à privacidade. Por isso, antes de publicar qualquer foto ou notícia sobre a criança (principalmente em nome dela) a grande questão à qual os pais devem responder é: será que no futuro o meu filho vai gostar de ver sua vida inteira exposta na internet?
Como a criança não tem capacidade de escolher o que quer mostrar (ou não) na rede, os pais devem considerar que estão fazendo uma escolha muito pessoal por ela. “Isso tudo pode impactar na formação da identidade da criança”, explica a psicóloga Paula Hintz Baginski. E não é só isso: criar um perfil em nome de uma criança pequena fere questões legais. A maioria das redes só permite usuários maiores de 13 anos de idade. “Que exemplo o pai quer passar para o seu filho infringindo essa regra?", questiona Sandra.
É claro que essa geração – que já tem até o próprio nascimento documentado na rede – vai desenvolver um tipo de relação com a tecnologia bastante diferente de seus pais. Mas é justamente pelo fato de o contato com o mundo virtual ser inevitável (e cada vez mais precoce) que cabe aos pais a missão de preservar as crianças e ensiná-las sobre os limites entre o público e o privado. “Parece que vai ser muito mais difícil para esta geração criar um discernimento do que é ter privacidade. Possivelmente, seus integrantes vão entender como algo natural ser invadido e invadir os espaços de um e do outro, com pouca capacidade de dar e respeitar limites”, explica Paula.
Segurança em primeiro lugar
Informações referentes ao lugar onde você mora, à escola onde seu filho estuda e até à própria composição familiar podem servir como subsídio para sequestros, cyberbulling e até pedofilia. “Os pais precisam refletir mais sobre intimidade e entender as consequências da exposição. Se você divulgar muitas informações pessoais, pode, sim, estar correndo risco de que isso seja usado contra você ou seu filho, seja agora ou no futuro”, explica Sandra. Para Ivone Milani, coordenadora de Tecnologia do Colégio Rio Branco, em São Paulo, a grande missão dos pais é ter bem definido o que pode se tornar público e que deve ser restrito à intimidade: “Nesta questão, devemos ser radicais: sua vida não é reality show”, ressalta.
Ivone cita seu próprio exemplo: ela tem dois netos morando em Luxemburgo e é graças à internet que ela consegue acompanhar o dia a dia e as conquistas dos meninos por meio das redes sociais e do Skype. Só que ela toma alguns cuidados. “Utilizo filtros que possibilitam esse contato só entre nós, preservando a privacidade da família”, conta.
Uma questão de memória
É mais do natural querer compartilhar com amigos e familiares as gracinhas e os progressos do seu filho: a primeira vez que ele usou o penico, quando se lambuzou inteiro comendo a papinha sozinho ou quando deu um jeito de arrancar a fralda por conta própria. E é uma dádiva da tecnologia poder dividir esses momentos com pessoas queridas, que muitas vezes estão longe. Só que algumas situações que você considera engraçadinhas hoje podem se tornar motivo de constrangimento quando ele for maior. Tudo bem que você acha uma graça aquela foto dele pequenininho, nu em pelo, em plena praia... Mas será que ele vai ficar feliz ou se sentir à vontade de compartilhar essa imagem com seus futuros colegas de classe, por exemplo?
“Esses pais estão formando um legado de informações daquele jovem que vai assombrá-lo no futuro e por toda sua vida: eles decidem hoje o que será a própria reputação digital do filho e isso é muito sério”, alerta Sandra. Mesmo que dê para apagar uma foto constrangedora ou tirar do ar um vídeo que cause embaraço, dificilmente dá para apagar o sentimento de se sentir exposto ao ridículo. E é isso o que os pais devem ter em mente na hora em que fizerem cada post.
Como se proteger
- No Facebook: crie grupos incluindo apenas pessoas de confiança e lembre-se de que é possível editar a privacidade de toda a informação que for postada na sua linha do tempo.
- No Twitter: dá para para bloquear seus tweets de modo que apenas os seus seguidores possam visualizá-los.
- No Instagram: deixe sua conta no modo privado. Assim, só quem você autorizar a lhe seguir terá acesso às suas fotos.

Publicado por Fernanda F.

Fonte: http://fernandafav.jusbrasil.com.br/noticias/148710403/bebes-ganham-perfis-em-redes-sociais-antes-do-primeiro-ano-de-vida?utm_campaign=newsletter-daily_20141030_268&utm_medium=email&utm_source=newsletter

Fofoca virtual: cuidado com que posta nas redes sociais!

Pelo motivo do pessoal gostar tanto do meu artigo anterior “E agora... Quem poderá nos defender?”, sobre alguns direitos sobre o Marco Civil da Internet foi que decidi vir novamente falar sobre o nossos direitos na seara enorme que é as nossas redes sociais.
Muitas vezes compartilhamos vídeos, mensagens e até opiniões contra certos acontecimentos ou até contra outras pessoas (quem nunca falou mal de alguma foto ou algum comentário no Facebook?) nas redes sociais, mas até onde vai o nosso direito de falar dos outros na internet.
Na maioria das vezes algumas opiniões contra certos acontecimentos ganham vasto caminho nesta vasta seara e perde rumo nesse imenso mar que é a nossa tão querida internet. Sendo que diversas vezes nem nos atemos às possibilidades de garantir a sua resposta a “FOFOCA” do momento.
A Liberdade de expressão é o direito constitucional e fundamental de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos, estando está previsto como principio básico.
No artigo 220 da Constituição Federal de 1988, está expressa sobre a informação:
Art. 220 A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Também no nosso famoso Marco Civil da Internet está garantido que qualquer pessoa possa se expressar livremente on-line, já que determina que seja seguida a mesma regra que vale para qualquer espaço público. Isso traz um equilíbrio entre as garantias constitucionais de proteção da liberdade de expressão e de proteção da intimidade, da honra e da imagem das pessoas.
O Marco Civil não prevê qualquer mecanismo que permita o controle da internet pelo Governo ou por qualquer pessoa. Muito pelo contrário: ele garante um ambiente aberto, democrático e livre (O que torna as suas opiniões mais perigosas).
Existe um provérbio que não me recordo o autor e nem quando foi escrito e que invento toda vez que digo. Ela é mais ou menos assim:
“Um grande rei ao ter que realizar um julgamento de um grande amigo fidalgo em seu reino pelo motivo que esse fazia fofoca do rei perante o seu reino, entrou no embate para julga-lo.
Chamou o fidalgo e pediu-lhe para escrever numa folha de papel 100 vezes a frase ‘não irei mais fazer fofoca’. Cansado de tanto escrever o fidalgo foi até o rei para dizer que tinha terminado, quando o rei lhe pediu que picasse o papel em 1.000 pedaços e os jogam-se pela janela do palácio. O mesmo realizou o feito e perguntou ao rei: e agora majestade? Pronto?
Foi quando o rei pediu-lhe para catar cada pedaço do papel e trazer até ele. Surpreso o fidalgo disse que tal feito era impossível. Ao terminar as suas palavras o rei foi até o mesmo e lhe disse: Isso é que acontece com a fofoca, mesmo se quisermos retrata-las não iremos conseguir, pois palavras jogadas ao vento não voltam mais ou seu dono.”
O que acontece na parábola é o mesmo que acontece quando deferimos comentários nas redes, vão passando de “compartilhadas e compartilhadas, Curtidas e curtidas, tuitadas e tuitadas...” e quando vemos, não conseguimos mais parar. Um grande exemplo é o vídeo de uma grande apresentadora de programas infantis, que quando era mais nova fez um filme no qual molestava um jovem de 12 anos (Qual o garoto hoje que não queria está naquele lugar?) e anos depois entrou com várias ações judiciais para apagar os vídeos da net, porém o video sempre retorna por algum outro internauta que joga novamente na rede.
Mas podemos postar vídeos e comentários na internet sem que os autores saibam ou tome ciência, e mesmo assim, o que acontecerá com o video e com quem postou?
A liberdade de fazer e de se expressar está amplamente estudada no Marco Civil. O caput do Artigo 2o cita o respeito à liberdade de expressão como fundamento da disciplina do uso da Internet no Brasil. O inciso I do Artigo 3º do Marco Civil determina a “garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição”.
O Artigo 8º reforça o princípio: “A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à internet.”. Ademais, o Artigo 20 cria uma regra que protege fortemente a liberdade de expressão ao determinar que “caberá ao provedor de aplicações de internet comunicar-lhe os motivos e informações relativos à indisponibilização de conteúdo, com informações que permitam o contraditório e a ampla defesa em juízo, salvo expressa previsão legal ou expressa determinação judicial fundamentada em contrário.”.
Isto quer dizer que cabe a um juiz decidir sobre a ilegalidade ou não de materiais antes que eles possam ser retirados do ar. Tal norma evita que decisões do tipo, tão sensíveis à liberdade de expressão e de imprensa, possam ser tomadas com base em interesses econômicos ou ideológicos.
Portanto, qualquer internauta pode sim postar vídeos e comentários, porém terão que responder pelos mesmos e por sua responsabilidade. O Marco Civil garante que os responsáveis por atos que causem danos a terceiros respondam por suas ações, quando eles forem considerados ilegais.
O Marco Civil assegura mecanismos para a busca do verdadeiro responsável por atos ilegais, por meio do Judiciário, o que servirá para inibir a prática de atos ilícitos sem prejudicar a liberdade de expressão, por meio de seus artigos 14 e 16.
Portanto, caro Leitor, podemos fazer fofocas a vontade, postar vídeos censurados e comentários de todos os tipos, porém deverão ir até o limite da ofensa, pois o mesmo que agride ou os que falam mal, poderá ser centro das atenções no futuro ou até responder por que falou.
Então, fica a dica, se for falar dos outros, não poste e nem compartilhe, guarde pra você ou se comentar, comente somente para um amigo, pois lembrando da frase de Paulo Messa:
“Fofoca é uma história pobre contada por um autor tão imbecil e deselegante quanto sua criação.”

http://agnfilho.jusbrasil.com.br/artigos/149545792/fofoca-virtual-cuidado-com-que-posta-nas-redes-sociais?utm_campaign=newsletter-daily_20141105_290&utm_medium=email&utm_source=newsletter