quarta-feira, 6 de junho de 2018

STJ: Hospital é responsável por danos a paciente por ausência de plantonista

Médico anestesista era contratado no regime de sobreaviso e não estava presente em momento de urgência.
terça-feira, 5 de junho de 2018

A 3ª turma do STJ reconheceu a responsabilidade objetivo de um hospital por defeito na prestação de serviço de urgência que resultou na morte de uma parturiente. Por unanimidade, o colegiado acompanhou voto da relatora, ministra Nancy Andrighi, para quem o hospital, ao contratar médico anestesista no regime de sobreaviso (plantão não presencial) assumiu o risco de não prestar o serviço a tempo e de modo adequado.

No caso, a mulher teve hemorragia pós-parto, a demora no atendimento, que ocorreu porque o médico não estava no hospital, fez com que a paciente tivesse uma parada cardiorrespiratória, falta de oxigenação cerebral, com produção de sequelas irreversíveis que levaram ela a ficar em estado vegetativo na UTI. No curso do processo, ela faleceu.
Para a ministra Nancy, a opção do hospital de contratar médico anestesista no regime de sobreaviso trouxe inegavelmente o agravamento do risco de não fornecer em tempo e modo não adequados os serviços de atenção à saúde que disponibilizou ao mercado de consumo.
“Essa conduta exemplifica situação de vício de qualidade por inadequação do serviço, pois o torna carente de idoneidade para a realização do fim a que é destinado.”
Desta forma, ela reconheceu a responsabilidade objetiva do hospital decorrente no defeito da prestação do serviço de urgência. O entendimento foi acompanhado por unanimidade pelo colegiado.
O processo foi devolvido para o Tribunal de origem para que, reconhecida a responsabilidade objetiva do hospital pelo STJ, decida sobre os demais pedidos da ação, inclusive o valor da indenização a ser fixada.
  • Processo: REsp 1.736.039
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI281261,21048-Hospital+tem+responsabilidade+objetiva+por+danos+a+paciente+devido+a

Câmara aprova proibição do casamento para menores de 16 anos; Maranhão lidera casos de casamento infantil

Publicado em 6 de junho de 2018 por Clodoaldo Correa

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (5) projeto da deputada Laura Carneiro (DEM-RJ) que muda o Código Civil para acabar com casamentos antes dos 16 anos. A proposta ainda vai ao Senado. Atualmente, o Código Civil permite o casamento dessas pessoas com menos de 16 anos, que eram permitidos em caso de gravidez. O projeto acaba com essas exceções. Estudos indicam que 877 mil meninas de 15 anos se casaram no Brasil. O Brasil é o quarto país no mundo , em números absolutos, em casamentos infantis.
A mudança deve afetar diretamente o Maranhão, onde, principalmente no interior e nos povoados mais afastados, a prática do casamento infantil é comum. O último levantamento catalogado é do Censo de 2010. Maranhão e Pará destoam muito dos demais estados neste item. Em 2015, 1.207 meninas de até 15 anos tiveram filho no Maranhão. O número de meninas casadas é muito superior ao de meninos. A pobreza extrema é vista como um estímulo ao casamento infantil.
A ONG Plan International Brasil lançou este ano o documentário “Casamento Infantil”, com depoimentos de meninas do Maranhão e de outros estados que casaram precocemente.
Como é a lei hoje
O artigo 1517 do Código Civil permite hoje que o “homem e a mulher com 16 anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil”. O artigo 1 520 determina que, excepcionalmente, “será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (16 anos), em caso de gravidez ou para evitar cumprimento de pena criminal (este último item já fora revogado pelo Código Penal”. A mudança acaba com todas as exceções.
http://clodoaldocorrea.com.br/2018/06/camara-aprova-proibicao-do-casamento-para-menores-de-16-anos-maranhao-lidera-o-ranking-de-casamentos-infantis/

Câmara aprova licença-paternidade para avós

Bebê: licença para os avós. (Foto: Divulgação)
Bebê: licença para os avós. (Foto: Divulgação)
A Câmara dos Deputados aprovou nessa terça-feira (5) projeto que concede uma “licença-paternidade de cinco dias” para avós maternos quando o pai da criança não for declarado na certidão de nascimento.
A proposta ainda incluiu um dia de dispensa (ou licença) para as mães que doarem leite materno, desde que tenha comprovação.
https://tribunaonline.com.br/camara-aprova-licenca-paternidade-para-avos

Posso resolver um contrato por falta de pagamento?

A resposta é depende! Entenda o porquê.

Publicado por Lauren J. L. F. Teixeira Alves

ORIGEM DA OBRIGAÇÃO

Em razão de um acordo de vontades, pela manifestação unilateral de uma só vontade ou até mesmo por ato ilícito, a pessoa se compromete a dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Essa obrigação assumida constitui um ônus cujo cumprimento é, via de regra, obrigatório.

EFEITOS DA OBRIGAÇÃO

Nascida a obrigação, cria-se para o devedor o encargo de realiza-la e para o credor o direito de recebê-la, nos moldes contratados. No decorrer dessa relação obrigacional e até mesmo do cumprimento das obrigações, quando por vezes parceladas, diversas situações podem ocorrer.

Desse modo, o devedor pode simplesmente cumprir com sua obrigação ou pode deixar de assim proceder, ficando obrigado à indenização dos prejuízos sofridos pelo credor, salvo se o não cumprimento se deu por ato ou fato alheios à sua vontade.

EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO

Cumprida a prestação por parte do devedor, tem-se a extinção da obrigação e o contrato resolvido. Contudo, e se o devedor não cumprir com a obrigação, posso resolver o contrato?

EXTINÇÃO DO CONTRATO PELO NÃO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO.

Nos contratos denominados por bilaterais, onde surgem obrigações para ambas as partes contratantes, é sabido que cada um deve cumprir com a obrigação que lhe cabe.

Ocorre que, algumas vezes, uma das partes não cumpre, de forma total ou parcial, a obrigação que originou o contrato, permanecendo o credor prejudicado pela inércia da parte contrária frente a obrigação assumida. Pode, assim, a parte prejudicada ensejar a resolução do contrato.

Existe nesses contratos uma cláusula denominada por resolutiva tácita, prevista de forma a evitar que uma das partes seja prejudicada pelo inadimplemento da outra e prevista no art. 475 do Código Civil.

Essa primeira cláusula está SUBENTENDIDA no contrato e precisa de interpelação judicial. Por outro lado, existe a cláusula resolutiva expressa, descrita claramente no contrato, denominada como pacto comissório e com o mesmo objetivo da primeira. (art. 474 do Código Civil).

Mas será que não há limites para extinção por tal caso?

ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL E SUA APLICAÇÃO

O adimplemento substancial se trata de um instituto cuja aplicação pode, eventualmente, restringir a prerrogativa da resolução contratual autorizada pela primeira parte do art. 475 do CC/2002. E mesmo quando prevista cláusula expressa sobre a extinção do contrato no caso da falta de pagamento, a clausula poderá ser julgada INEFICAZ.

Esse instituto nasce a partir da observação da desproporcionalidade que pode resultar uma resolução contratual aplicada de forma incondicional em determinadas situações, em especial aquelas nas quais a obrigação havia sido cumprida pelo devedor de modo praticamente integral, evidenciando a insignificância do inadimplemento.

Otavio Luiz Rodrigues Junior (Revisão Judicial dos contratos: Autonomia da vontade e teoria da imprevisão . 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006), citando a obra de Edward Errante, refere-se a um exemplo hipotético de adimplemento substancial que também permite compreender esse instituto em sua concepção inglesa, vejamos:
“a) Uma empreiteira foi contratada para construir uma mansão, “tendo o contratante fornecido o projeto e as especificações da obra”. No prazo de sua entrega, a empreiteira “apresentou a casa ao proprietário, ficando evidente a observância de todas as indicações arquitetônicas e o uso dos materiais acordados, exceto por faltarem maçanetas em duas portas”.
b) Nesse caso, “considerou-se ter havido o cumprimento substancial da obrigação” pela empreiteira, “dada a insignificância das maçanetas no contexto da empreitada”.
c) Assim, o contratante “não estaria liberado da prestação que lhe imputava o contrato – que é o pagamento da obra. Ser-lhe-ia lícito, porém, deduzir o valor das peças ausentes e o custo da instalação por terceiros”.
d) De tal modo, em situações tais, a parte não poderá resolver a avença invocando a exceção do contrato não cumprido e será compelida a cumprir a sua respectiva prestação.”

O Direito português impede a resolução do negócio "se o não cumprimento parcial, atendendo ao seu interesse [do credor], tiver escassa importância"(art. 802, 2, do Código Civil). A "Convenção das Nações Unidas sobre os Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias" (Viena, 1980) autoriza que o comprador declare resolvido o contrato, mas apenas se "a inexecução pelo vendedor (...) constituir uma infração essencial (...)" (art. 49, 1, a).

No direito brasileiro esse instituto ainda não ganhou previsão expressa, mas é adotado largamente pelos tribunais, em especial o STJ. Acontece que existe uma controvérsia de sua base quanto aos princípios como a função social do contrato, a boa-fé objetiva, a vedação ao abuso de direito e ao enriquecimento sem causa.

O primeiro acórdão do STJ que registra abordagem sobre o tema é o Resp n. 76.362/MT, julgado em 11 de dezembro de 1995 pela Quarta Turma (DJ de 01/04/1996). Vejamos sua ementa:
"SEGURO. INADIMPLEMENTO DA SEGURADA. FALTA DE PAGAMENTO DA ULTIMA PRESTAÇÃO. ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. RESOLUÇÃO. A COMPANHIA SEGURADORA NÃO PODE DAR POR EXTINTO O CONTRATO DE SEGURO, POR FALTA DE PAGAMENTO DA ÚLTIMA PRESTAÇÃO DO PRÊMIO, POR TRÊS RAZÕES: A) SEMPRE RECEBEU AS PRESTAÇÕES COM ATRASO, O QUE ESTAVA, ALIÁS, PREVISTO NO CONTRATO, SENDO INADMISSÍVEL QUE APENAS REJEITE A PRESTAÇÃO QUANDO OCORRA O SINISTRO; B) A SEGURADA CUMPRIU SUBSTANCIALMENTE COM A SUA OBRIGAÇÃO, NÃO SENDO A SUA FALTA SUFICIENTE PARA EXTINGUIR O CONTRATO; C) A RESOLUÇÃO DO CONTRATO DEVE SER REQUERIDA EM JUÍZO, QUANDO SERA POSSÍVEL AVALIAR A IMPORTÂNCIA DO INADIMPLEMENTO, SUFICIENTE PARA A EXTINÇÃO DO NEGOCIO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO." (REsp 76.362/MT, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 11/12/1995, DJ 01/04/1996, p. 9917)

No seu turno, nos casos onde o contexto fático está devidamente delineado nas decisões proferidas anteriormente, o STJ veio invocando a teoria do adimplemento substancial para afastar os efeitos da mora:
a) Atraso na última parcela: REsp. 76.362/MT.
b) Inadimplemento de 2 parcelas: REsp. 912.697/GO.
c) Inadimplemento de valores correspondentes a 20% do valor total do bem: REsp. 469.577/SC.
d) Inadimplemento de 10% do valor total do bem: AgRg no AgREsp 155.885/MS.
e) Inadimplemento de 5 parcelas de um total de 36, correspondendo a 14% do total devido: Resp. 1.051.270/RS.

A questão é que o entendimento dos tribunais brasileiros vem sendo de forma a analisar minuciosamente cada caso apresentado, medindo-se a extensão, intensidade e demais características do inadimplemento e do contrato em jogo.
“O uso do instituto da substantial performance não pode ser estimulado a ponto de inverter a ordem lógico-jurídica que assenta o integral e regular cumprimento do contrato como meio esperado de extinção das obrigações. Definitivamente, não. A sua incidência é excepcional, reservada para os casos nos quais a rescisão contratual traduz solução evidentemente desproporcional. Sua aplicação, ademais, exige o preenchimento dos seguintes requisitos, bem delineados no julgamento do antes mencionado Recurso Especial n. 76.362/MT: a) a existência de expectativas legítimas geradas pelo comportamento das partes; b) o pagamento faltante há de ser ínfimo em se considerando o total do negócio; c) deve ser possível a conservação da eficácia do negócio sem prejuízo ao direito do credor de pleitear a quantia devida pelos meios ordinários. É a presença dessas condições que justifica a excepcional intervenção do Judiciário na economia do contrato.” (STJ - MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA)

Dessa forma, a teoria do adimplemento substancial não pode ser utilizada de forma a ferir os direitos do credor e modificar a relação oriunda do contrato. A verdade é que, a longo prazo, os efeitos colaterais dessa medida podem encarecer os custos do contrato, “socializando os prejuízos da inadimplência praticada por alguns em detrimento de todos”. (STJ - MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA)
“O Direito dos Contratos e a liberdade contratual não são fins em si mesmos. São meios para permitir às partes exercer seu direito de autodeterminação. Evidentemente, um contrato deve ser o resultado de um ato de autodeterminação de ambas as partes. E o Direito precisa garantir que ambas as partes de fato possam tomar uma decisão autodeterminada" (RODRIGUES JÚNIOR, Otavio Luiz. RODAS, Sérgio. Entrevista com Reinhard Zimmermann e Jan Peter Schimidt. Revista de Direito Civil Contemporâneo. vol. 5. ano 2. p. 329/362. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais).

Conclui-se que a regra é que as partes que celebram um contrato se obrigam aos parâmetros contratados, sendo responsáveis por seus atos e inércias frente aos direitos e deveres oriundos dessa relação. A aplicação do instituto do adimplemento substancial é uma EXCEÇÃO e deve ser sempre avaliada pelo magistrado a significância do inadimplemento para sua efetivação.

https://laurenfernandes.jusbrasil.com.br/artigos/585674928/posso-resolver-um-contrato-por-falta-de-pagamento?utm_campaign=newsletter-daily_20180606_7168&utm_medium=email&utm_source=newsletter

O papel das duas testemunhas em contratos

Publicado por InHands

Quando um cliente celebra um contrato é motivo de comemoração. Mas, e quando aquele cliente não cumpre com o combinado e não efetua o pagamento na data combinada, descumprindo o que foi acordado e prejudicando o seu negócio?

Uma simples medida para tentar reduzir a dor de cabeça de um inadimplemento contratual é ter um bom contrato de prestação de serviços com a assinatura de ambas as partes e duas testemunhas em todos os contratos celebrados.

De acordo com o artigo 784 do Código de Processo Civil, um documento particular assinado pelo devedor e por 02 (duas) testemunhas, é um título executivo extrajudicial.

Sem a assinatura de 02 testemunhas, para que você tenha chance de reaver os valores perdidos, é necessário que uma ação seja ajuizada – chamada ação de conhecimento. Após longa análise pelo juiz, uma sentença será proferida. A partir daí, o processo toma o rumo da execução, ou seja, o juiz ordenará que as partes ajam de certo modo para concretizar o que foi estabelecido. Mas, a esse procedimento pode levar anos até que seja concluído.

Existe um caminho mais rápido para tentar recuperar o prejuízo. É o caso do processo que já se inicia na execução. Ou seja, aquela fase de análise inicial pelo juiz não vai existir. Nesses casos, é preciso que a parte já tenha um título executivo extrajudicial formado - um instrumento que reconheça as obrigações das partes. Diz-se extrajudicial pelo fato de ser formado sem a necessidade de passar por aquela etapa inicial do processo. Aqui, o instrumento já contém todas as informações necessárias para ser executado desde logo.

Pode ser que o processo fique longo, mas ao invés de 2 processos – um de conhecimento e um de execução, você pula uma “fase” em caso de ação judicial.

Consulte sempre um advogado para a elaboração de seus contratos e para orientações específicas ao seu caso.
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Camilla Barbosa é Administradora e Empreendedora com experiência na área comercial e em customer sucess. Entusiasta e curiosa, está sempre ligada nas tendências do mercado. É sócia e Head de negócios da InHands.

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STJ: Acordo extrajudicial não pode retificar registro civil

Decisão é da 3ª turma do STJ.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Na manhã desta terça-feira, a 3ª turma do STJ deu provimento a recurso do MP/MS e anulou homologação de acordo extrajudicial no qual pai biológico, pai social e mãe decidiram mudar o registro de nascimento de uma criança de 10 anos.

O acordo foi homologado em 1ª e 2ª instancia, no entanto, por unanimidade, o colegiado acompanhou voto da relatora, ministra Nancy Andrighi, no sentido de ser inadmissível essa homologação de acordo extrajudicial que retifica registro civil, ainda que fundando no princípio da instrumentalidade das formas.

Para a ministra, em casos como este devem ser respeitados os requisitos e o procedimento legalmente instituídos para essa finalidade que compreendem, dentro outros, uma investigação sobre o erro ou falsidade do anterior registro que lá estava, a concreta e efetiva participação do MP e a realização da prova pericial.

“É impossível nessa matéria se fazer acordo judicial”, concluiu a ministra. O voto foi acompanhado por unanimidade pelo colegiado.

Processo: REsp 1.698.717

http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI281259,61044-Acordo+extrajudicial+nao+pode+retificar+registro+civil

Putatividade: posso requer a nulidade do casamento com a preservação de seus efeitos?

Entenda a declaração da putatividade nos casos de invalidade do casamento

Publicado por Escola Brasileira de Direito

O casamento enquanto ato jurídico deve respeito aos requisitos de existência e de validade do ato. Por inexistência, podemos compreender que o ato jurídico não preenche sequer os requisitos fundamentais para sua celebração, como na hipótese de casamento sem autoridade competente ou sem manifestação de vontade ou simulação.

Doutro lado, uma vez existente o ato jurídico, deve-se analisar sua validade. Nessa senda, será considerado nulo o casamento quando houver qualquer das causas de impedimento previstas no art. 1.521 do CC/02 e anulável quando incidir em qualquer das hipóteses previstas no art. 1.550 do mesmo diploma legal.

Uma vez constada a inexistência, nulidade ou anulabilidade do casamente, aação deve ser proposta na Vara de Família, em que o juiz ficará adstrito aos pedidos, não podendo reconhecer a inexistência, nulidade ou anulabilidade do casamento de ofício. Logo, o procedimento encerra exceção à regra geral, permissora do reconhecimento da nulidade absoluta de ofício.

Na nulidade ou na anulação do casamento poderá ser - quando requerido pelo interessado - reconhecida a putatividade, prestigiando a boa-fé daquele que desconhecia do fato causador da nulidade ou anulabilidade.

Como resultado, ao inocente - apesar de ter declarado nulo ou anulado o casamento - remanesce os efeitos do casamento válido, de modo a resguardar o direito à partilha do patrimônio, a presunção de paternidade, bem como a permanência do sobrenome e direito à alimentos, quando necessário.

De tal sorte, no caso de comunhão universal de bens, o inocente terá direito à meação do patrimônio do cônjuge de má-fé, mas este não terá direito sobre a parte patrimonial do inocente.

https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/584814501/putatividade-posso-requer-a-nulidade-do-casamento-com-a-preservacao-de-seus-efeitos?utm_campaign=newsletter-daily_20180605_7163&utm_medium=email&utm_source=newsletter

Nextel pagará R$ 10 mil por firmar contrato com menor de 18 anos

Somente os maiores de 18 anos podem contratar plano de telefonia móvel. Com esse fundamento, a 7ª Vara Cível de Niterói condenou a Nextel a pagar indenização por dano moral de R$ 10 mil a um adolescente por ter encaminhado boleto de cobrança de mensalidade por serviços de telefonia móvel após abordá-lo oferecendo uma promoção.
Quando a Nextel tentou entregar o aparelho e um chip na casa do jovem, sua mãe recusou, afirmando que, por ser menor, ele não possuía capacidade para contratar serviços de nenhuma empresa.
Na decisão, a juíza Andrea Gonçalves Duarte Joanes anulou o contrato e determinou que a empresa se abstenha de inserir o nome do jovem em cadastros restritivos de crédito.
“Pela análise dos elementos dos autos, constata-se que a ré deixou de observar o dever de cuidado, vez que o contrato de prestação de serviço de telefonia celebrado com autor foi por este firmado quando ainda incapaz para os atos da vida civil, em agosto de 2013. Tem-se, assim, por nulo aquele negócio jurídico, ante o claro vício na formação do contrato”, destacou a juíza.
A julgadora considerou como agravante para determinar o dano moral o fato de o jovem ser menor na época da abordagem. “A cobrança de valores indevidos, por si, nem sempre gera dano moral, sendo, em regra, causadora de aborrecimento. Contudo, no caso sob exame, não há como se olvidar que o autor era, ainda, adolescente, o qual viu, assustado, a sua rotina modificada por uma cobrança agressiva, com risco de ver seu nome ser lançado em cadastros negativos em tão tenra idade”. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-RJ.
Processo 0056665-74.2013.8.19.0002
Revista Consultor Jurídico, 5 de junho de 2018, 13h17
https://www.conjur.com.br/2018-jun-05/nextel-pagara-10-mil-firmar-contrato-menor-18-anos