(Antônio Santos/TJPE)
29/05/2018 - 09h42
O processo de adaptação ao novo lar de crianças e adolescentes que foram adotados requer tempo, dedicação e, principalmente, muito amor. E tudo isso não tem faltado a Lucas (6 anos), Larissa (7), Micaely (8), Rosa (10) e Sandra (16), cuja história cheia de esperança e superação mostramos em matérias especiais sobre o grupo de irmãos que viveram em uma casa de acolhimento no Sertão pernambucano. Um ano após as reportagens, a equipe da Assessoria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça de Pernambuco (Ascom/TJPE) ao local onde vivem quatro, dos cinco irmãos para ver de perto a evolução e as conquistas dessas novas famílias e como eles têm conseguido manter o contato com a irmã que mora em outra cidade.
Na casa dos menores do grupo, Lucas e Larissa, as transformações podem ser percebidas de imediato. A dupla praticamente dobrou de tamanho e de peso, e a energia típica de crianças da idade deles parece ter ganhado ainda mais força. Quando chegamos, os irmãos estavam aproveitando o dia de sol na piscina, observados pelos pais Valda e Luís Lopes, e logo se apressaram em nos mostrar toda a sua desenvoltura, alternando entre mergulhos e braçadas. “Aprenderam a nadar rapidinho. Só foi preciso umas duas ou três aulas, já estavam nadando a piscina inteira”, disse o pai, cheio de orgulho.
Na escola as coisas também estão melhorando. Ambos já escrevem seus nomes completos e ensaiam a leitura de pequenas palavras. O ciúme da mãe, comum entre irmãos, é outra característica apresentada pelos dois. Valda conta que se chama Lucas de filho, Larissa logo pergunta: “mãe, só ele que é seu filho, é?”. Ela considera que as crianças estão totalmente adaptadas ao novo lar, o que inclui a convivência com os avós e a integração com o restante da família.
Perto dali, numa casa cheia de afeto trazido pela presença constante de familiares, encontramos Rosa* e Sandra*, amparadas por todo o cuidado e amor da mãe Sueli Nunes*, professora aposentada que adotou as duas meninas. As novidades que elas tinham para contar desse período de um ano desde a última visita eram muitas. Os passeios realizados, as idas à casa de praia da família, as aulas de informática e o reforço que estão ajudando no bom desempenho escolar. Tudo cercado de amor e entusiasmo. “Se eu tivesse de recomeçar, faria tudo de novo. Essas filhas foram muito sonhadas, muito desejadas”, contou a mãe emocionada.
Rosa fez questão de ir buscar os presentes que deram à professora Sueli no último dia das mães. “Mamãe Sueli é uma pessoa muito inteligente, tudo que ela ensina a gente aprende”, comenta a caçula, que não desgrudava da mãe. Os planos para o futuro também são vários. Desde os preparativos para as festas juninas em casa e na escola das meninas, até a crisma e o aniversário de 18 anos de Sandra, que acontecem no próximo ano.
A manutenção do vínculo entre os cinco irmãos conta com a ajuda da internet, como visto na primeira foto desta reportagem. Reunimos os quatro da mesma cidade para um momento de integração com Micaely, a menina que foi adotada pelo casal Janeide e Jucenildo Leite, e que mora em local diferente dos demais. O encontro aconteceu por meio de uma ligação de vídeo, em que eles puderam se ver e se falar por alguns minutos. Seu Jucenildo diz que a convivência de Micaely na família está totalmente estabelecida. “Não existe mais a família sem ela não, de forma alguma”, confessa. O filho mais velho do casal, Davi, participa da conversa e conta que é o professor de reforço da irmã.
Entre planos para um breve encontro com a presença de todos e uma possível lista de atividades entre os cinco irmãos, nos despedimos para que todos pudessem voltar às suas rotinas. Saímos com a certeza do incrível poder transformador do amor.
Adoção – O redesenho na constituição familiar do grupo pôde ser realizado devido a iniciativas do TJPE como o Projeto Família, que realiza a busca ativa de pretendentes para adoção nacional ou internacional das crianças e adolescentes e o Programa Famílias Solidárias, instituído pela 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital, que consiste no compromisso assumido pelos adotantes em manter o vínculo entre irmãos adotados por diferentes famílias.
O processo de destituição familiar dos irmãos aconteceu na comarca de Serra Talhada, local onde eles residiam. Para isso, o trabalho da equipe da casa de acolhimento em que viviam foi fundamental, não só na análise da família de origem e do vínculo com as crianças, como também da possibilidade de haver o desmembramento do grupo para que a adoção de todos fosse viabilizada. Nesse caso, especificamente, o programa Famílias Solidárias atuou como estratégia de formação de uma nova construção familiar, de acordo com a avaliação do perfil de cada criança.
Dados – Pernambuco se destaca com um dos estados que mais promovem adoções no Brasil, de acordo com Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No ano passado, 132 crianças foram adotadas no estado por meio do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), sendo a maioria considerada como adoções tardias, por se tratarem de crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos de idade. Isso significa um percentual de 70,4% do total.
Atualmente, existem 1,2 mil pretendentes à adoção em Pernambuco, enquanto o número de crianças e adolescentes inseridos no cadastro é de 334. A diferença entre a quantidade de pessoas querendo adotar e os disponíveis para adoção se deve ao perfil escolhido pelos pretendentes, que é de crianças menores.
A realidade nas casas de acolhimento é de crianças fora dos padrões preferidos pela maioria, o que significa que do total dos 1.200 adotantes no Estado, 930 buscam por crianças com menos de seis anos de idade, ou seja, 77,5%. Em contrapartida, cerca de 50% dos que estão à espera de um lar têm entre 7 e 17 anos. Veja matéria completa AQUI.
*As meninas e a mãe (foto acima) foram apresentadas na matéria anterior com nomes fictícios. Para esta matéria, a mãe autorizou a divulgação dos nomes reais e das imagens das três.
Na escola as coisas também estão melhorando. Ambos já escrevem seus nomes completos e ensaiam a leitura de pequenas palavras. O ciúme da mãe, comum entre irmãos, é outra característica apresentada pelos dois. Valda conta que se chama Lucas de filho, Larissa logo pergunta: “mãe, só ele que é seu filho, é?”. Ela considera que as crianças estão totalmente adaptadas ao novo lar, o que inclui a convivência com os avós e a integração com o restante da família.
Perto dali, numa casa cheia de afeto trazido pela presença constante de familiares, encontramos Rosa* e Sandra*, amparadas por todo o cuidado e amor da mãe Sueli Nunes*, professora aposentada que adotou as duas meninas. As novidades que elas tinham para contar desse período de um ano desde a última visita eram muitas. Os passeios realizados, as idas à casa de praia da família, as aulas de informática e o reforço que estão ajudando no bom desempenho escolar. Tudo cercado de amor e entusiasmo. “Se eu tivesse de recomeçar, faria tudo de novo. Essas filhas foram muito sonhadas, muito desejadas”, contou a mãe emocionada.
Rosa fez questão de ir buscar os presentes que deram à professora Sueli no último dia das mães. “Mamãe Sueli é uma pessoa muito inteligente, tudo que ela ensina a gente aprende”, comenta a caçula, que não desgrudava da mãe. Os planos para o futuro também são vários. Desde os preparativos para as festas juninas em casa e na escola das meninas, até a crisma e o aniversário de 18 anos de Sandra, que acontecem no próximo ano.
A manutenção do vínculo entre os cinco irmãos conta com a ajuda da internet, como visto na primeira foto desta reportagem. Reunimos os quatro da mesma cidade para um momento de integração com Micaely, a menina que foi adotada pelo casal Janeide e Jucenildo Leite, e que mora em local diferente dos demais. O encontro aconteceu por meio de uma ligação de vídeo, em que eles puderam se ver e se falar por alguns minutos. Seu Jucenildo diz que a convivência de Micaely na família está totalmente estabelecida. “Não existe mais a família sem ela não, de forma alguma”, confessa. O filho mais velho do casal, Davi, participa da conversa e conta que é o professor de reforço da irmã.
Entre planos para um breve encontro com a presença de todos e uma possível lista de atividades entre os cinco irmãos, nos despedimos para que todos pudessem voltar às suas rotinas. Saímos com a certeza do incrível poder transformador do amor.
Adoção – O redesenho na constituição familiar do grupo pôde ser realizado devido a iniciativas do TJPE como o Projeto Família, que realiza a busca ativa de pretendentes para adoção nacional ou internacional das crianças e adolescentes e o Programa Famílias Solidárias, instituído pela 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital, que consiste no compromisso assumido pelos adotantes em manter o vínculo entre irmãos adotados por diferentes famílias.
O processo de destituição familiar dos irmãos aconteceu na comarca de Serra Talhada, local onde eles residiam. Para isso, o trabalho da equipe da casa de acolhimento em que viviam foi fundamental, não só na análise da família de origem e do vínculo com as crianças, como também da possibilidade de haver o desmembramento do grupo para que a adoção de todos fosse viabilizada. Nesse caso, especificamente, o programa Famílias Solidárias atuou como estratégia de formação de uma nova construção familiar, de acordo com a avaliação do perfil de cada criança.
Dados – Pernambuco se destaca com um dos estados que mais promovem adoções no Brasil, de acordo com Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No ano passado, 132 crianças foram adotadas no estado por meio do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), sendo a maioria considerada como adoções tardias, por se tratarem de crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos de idade. Isso significa um percentual de 70,4% do total.
Atualmente, existem 1,2 mil pretendentes à adoção em Pernambuco, enquanto o número de crianças e adolescentes inseridos no cadastro é de 334. A diferença entre a quantidade de pessoas querendo adotar e os disponíveis para adoção se deve ao perfil escolhido pelos pretendentes, que é de crianças menores.
A realidade nas casas de acolhimento é de crianças fora dos padrões preferidos pela maioria, o que significa que do total dos 1.200 adotantes no Estado, 930 buscam por crianças com menos de seis anos de idade, ou seja, 77,5%. Em contrapartida, cerca de 50% dos que estão à espera de um lar têm entre 7 e 17 anos. Veja matéria completa AQUI.
*As meninas e a mãe (foto acima) foram apresentadas na matéria anterior com nomes fictícios. Para esta matéria, a mãe autorizou a divulgação dos nomes reais e das imagens das três.
Fonte: TJPE
http://www.cnj.jus.br/noticias/judiciario/86921-adocao-cinco-irmaos-vivem-com-tres-familias-ha-um-ano-em-pe