quarta-feira, 8 de março de 2017

"Teste" de alienação parental. Descubra se você está afastando seus filhos do pai ou mãe deles.

Publicado por Iane Ruggiero

A Alienação Parental é um tema muito presente no meu dia a dia de advogada de família.

A alienação parental é uma forma de abuso moral contra a criança ou o adolescente, e praticada, normalmente, por um dos genitores ou avós.

Consiste em “alienar”, afastar o outro genitor e/ou a sua família da vida do menor.

A prática pode tomar proporções absurdas com atitudes como impedir o contato do genitor alienado com os filhos, impedir que ele receba informações sobre os filhos, da escola e de médicos, mudar de domicílio para local distante e até apresentar falsa denúncia de abuso físico ou sexual!

Entretanto, gostaria de falar aqui dos pequenos e ocultos atos de alienação que muitos pais praticam, muitas vezes sem perceber. Não são casos graves aos olhos da lei. Talvez até não fossem considerados como “síndrome da alienação parental” em uma avaliação técnica. Muitas vezes, inclusive, são atitudes recíprocas entre os dois genitores. Mas, com certeza, fazem os filhos sofrerem.

Então, nesse dia de cuidar das crianças, proponho uma reflexão, em forma de teste (nada científico, apenas baseado na minha experiência), aos papais e mamães separados (e aos avós também!). Se você responder afirmativamente a algumas das questões abaixo, cuidado! Você pode estar praticando um pequeno-grande abuso moral contra os pequenos. Veja, a ideia é avaliar a sua própria atitude, não a do outro!

1) Você nunca elogia o pai/a mãe deles para eles. Às vezes, brincando, usa ironia, ressaltando algum defeito dele/dela ou da família dele/dela.

2) Você não toma todo o cuidado para que a criança/o adolescente não ouça conversas de adulto que envolvam o pai/a mãe deles. Você fala perto deles, porque eles não devem estar prestando atenção.

3) Você não repreende sua família/seus amigos, quando falam mal do pai/da mãe das crianças perto delas.

4) As crianças não ficam muito à vontade de falar coisas boas sobre o pai/a mãe e sua família para você. Não dizem que têm saudades e nem contam os momentos gostosos que tiveram. Mas ficam à vontade fazendo brincadeiras sobre defeitos deles ou coisas que não gostaram.

5) Você até cumpre os horários de convivência do pai/da mãe com os menores, como está previsto no acordo, mas, se há algum imprevisto, você não se esforça muito para reorganizar a agenda, trocar datas com o outro genitor. Afinal, parece que ele/ela não está muito interessado em ver os filhos, não é?

6) Você não incentiva as crianças a saírem com o pai/a mãe. Quando eles não querem ir, você deixa. Às vezes, eles têm os programas deles.

7) Você pede para as crianças te ligarem muitas vezes quando estão com o pai/a mãe, ou liga/manda mensagens para checar se está tudo ok. Se eles pedirem, você vai buscá-los.

8) As crianças não respeitam muito o pai/a mãe. Ele/Ela não representa uma “autoridade” para eles. Às vezes, mesmo quando estão com ele/ela, eles te telefonam para pedir autorização para fazer algo.

9) Você não corrige seus filhos quando eles desrespeitam o outro genitor, salvo casos extremos.

10) Você torna desconfortável para os seus filhos convidar o pai ou a mãe para entrar na sua casa ou na sua garagem, com a justificativa de que não quer afetar a sua privacidade.

11) Você não gosta de encontrar com ele/ela. Pede para alguém entregar as crianças, ou elas vão sozinhas encontrar o pai/a mãe. Quando vocês se encontram na presença das crianças, elas demonstram ansiedade.

12) Você não avisa das consultas médicas e reuniões da escola das crianças. Afinal, ele/ela, não parece interessado em comparecer ou saber o que foi falado. Se ele/ela perguntar, você fala.

13) Você prefere pedir a alguém da sua família quando precisa de ajuda para cuidar das crianças, ao invés de avisar o pai/a mãe ou a família dele/dela.

14) Você não compra presentes ou estimula que as crianças escrevam cartões de dia dos pais/das mães e aniversário para darem para o outro genitor.

15) Você convida membros da sua família (avós, tios, companheiros) para comemorar o dia dos pais/das mães com as crianças.

16) Você não gosta muito de falar com ele/ela. Manda recados breves de whatsapp, e-mails, ou pede para as crianças passarem recados.

17) As crianças sempre comemoram o aniversário duas vezes. Uma com o pai e sua família e outra com a mãe e sua família. Afinal, ficaria estranho eles irem para a festa em sua casa. Você até convida, por educação, mas não faz questão que eles compareçam.

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