442) Arts. 393 e 927. O caso fortuito e a
força maior somente serão considerados como excludentes da
responsabilidade civil quando o fato gerador do dano não for conexo à
atividade desenvolvida.
443) Art. 927. A responsabilidade civil
pela perda de chance não se limita à categoria de danos
extrapatrimoniais, pois, conforme as circunstâncias do caso concreto, a
chance perdida pode apresentar também a natureza jurídica de dano
patrimonial. A chance deve ser séria e real, não ficando adstrita a
percentuais apriorísticos.
444) Art. 927. O dano moral indenizável
não pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos
desagradáveis como dor ou sofrimento.
445) Art. 927. A responsabilidade civil
prevista na segunda parte do parágrafo único do art. 927 do Código Civil
deve levar em consideração não apenas a proteção da vítima e a
atividade do ofensor, mas também a prevenção e o interesse da sociedade.
446) Art. 927. As agremiações esportivas
são objetivamente responsáveis por danos causados a terceiros pelas
torcidas organizadas, agindo nessa qualidade, quando, de qualquer modo,
as financiem ou custeiem, direta ou indiretamente, total ou
parcialmente.
447) Art. 927. A regra do art. 927,
parágrafo único, segunda parte, do CC aplica-se sempre que a atividade
normalmente desenvolvida, mesmo sem defeito e não essencialmente
perigosa, induza, por sua natureza, risco especial e diferenciado aos
direitos de outrem. São critérios de avaliação desse risco, entre
outros, a estatística, a prova técnica e as máximas de experiência.
448) Art. 928, parágrafo único. A
indenização equitativa a que se refere o art. 928, parágrafo único, do
Código Civil não é necessariamente reduzida sem prejuízo do Enunciado n.
39 da I Jornada de Direito Civil.
449) Art. 932, I. Considerando que a
responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos
menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no
exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis
por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de
regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores.
450) Arts. 932 e 933. A responsabilidade
civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva ou
independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.
451) Art. 936. A responsabilidade civil
do dono ou detentor de animal é objetiva, admitindo-se a excludente do
fato exclusivo de terceiro.
452) Art. 942. Na via regressiva, a
indenização atribuída a cada agente será fixada proporcionalmente à sua
contribuição para o evento danoso.
453) Art. 943. O direito de exigir
reparação a que se refere o art. 943 do Código Civil abrange inclusive
os danos morais, ainda que a ação não tenha sido iniciada pela vítima.
454) Art. 944. Embora o reconhecimento
dos danos morais se dê, em numerosos casos, independentemente de prova
(in re ipsa), para a sua adequada quantificação, deve o juiz investigar,
sempre que entender necessário, as circunstâncias do caso concreto,
inclusive por intermédio da produção de depoimento pessoal e da prova
testemunhal em audiência.
455) Art. 944. A expressão “dano” no art.
944 abrange não só os danos individuais, materiais ou imateriais, mas
também os danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a
serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas.
456) Art. 944. A redução equitativa da
indenização tem caráter excepcional e somente será realizada quando a
amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à
conduta do agente.
457) Art. 944. O grau de culpa do
ofensor, ou a sua eventual conduta intencional, deve ser levado em conta
pelo juiz para a quantificação do dano moral.
458) Art. 945. A conduta da vítima pode ser fator atenuante do nexo de causalidade na responsabilidade civil objetiva.
459) Art. 951. A responsabilidade
subjetiva do profissional da área da saúde, nos termos do art. 951 do
Código Civil e do art. 14, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor, não
afasta a sua responsabilidade objetiva pelo fato da coisa da qual tem a
guarda, em caso de uso de aparelhos ou instrumentos que, por eventual
disfunção, venham a causar danos a pacientes, sem prejuízo do direito
regressivo do profissional em relação ao fornecedor do aparelho e sem
prejuízo da ação direta do paciente, na condição de consumidor, contra
tal fornecedor.
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